terça-feira, junho 05, 2007

PACIÊNCIA E TOLERÂNCIA

Todos os estados mentais negativos atuam como obstáculos à nossa felicidade, mas vamos começar com a raiva, que parece ser um dos maiores empecilhos. Ela é descrita pelo filósofo estóico Sêneca como “a mais hedionda e frenética de todas as emoções”. Os efeitos destrutivos da raiva e do ódio foram bem documentados por recentes estudos científicos. É claro que não precisamos de comprovação científica para perceber como essas emoções podem moldar nosso discernimento, causar sensações de extremo desconforto ou devastação em nossos relacionamentos pessoais.

Segundo o Dalai Lama, em geral, há muitas espécies diferentes de emoções negativas ou aflitivas como presunção, arrogância, ciúme, desejo e luxúria. Mas de todas essas, o ódio e a raiva são considerados os maiores males por serem os obstáculos de maior vulto ao desenvolvimento da compaixão e do altruísmo, e por destruírem nossa virtude e nossa serenidade mental.

Uma vez que aceitemos a idéia dos efeitos nocivos da raiva e do ódio, a próxima pergunta passa a ser como superá-los. Dalai Lama ensina que não podemos superar a raiva e o ódio simplesmente suprimindo-os. Precisamos cultivar diligentemente os antídotos ao ódio: a paciência e a tolerância. Um resultado final, ou um produto da paciência e da tolerância, é o perdão. Quando somos realmente pacientes e tolerantes, o perdão surge espontaneamente.

Embora possamos ter vivido muitos acontecimentos negativos no passado, com a prática do perdão é possível nos livrarmos das sensações e ressentimentos. Se analisarmos a situação, perceberemos que o passado é passado e de nada adianta continuar a sentir raiva e ódio. Isto não muda a situação, apenas causa uma perturbação na nossa mente e a perpetuação da nossa infelicidade. Naturalmente, ainda podemos lembrar dos acontecimentos, pois esquecer e perdoar são dois atos diferentes.

Publicado originalmente no Mensageiro Celeste n.º 12, edição de maio de 2004

2 comentários:

Anônimo disse...

MARAVILHOSO!!! Adorei!!!

Anônimo disse...

Mohana,
Que boa surpresa!
Namaste