segunda-feira, dezembro 24, 2007
ENCONTRO DE NATAL
Numa manjedoura, eis o pequeno-grande Rei!
Seu estandarte? Não é de púrpura e brocado,
mas tem escondido valor.
É um lírio flututante sobre o mundo
de ambições, ódios, desamor.
O Rei-Menino vem cumprir o anúncio de Isaías,
sensibilizar os brutos, consolar os que choram,
exaltar os humildes, alimentar os que amam,
desentranhar do mais profundo de nosso ser
o sentido exato da Paz.
Cegos distinguem o sinal,
mudos descobrem o movimento da palavra,
surdos captam a melodia dos anjos-cantadores...
O Rei sem honrarias humanas, sem manto e sem jóias,
distribui a nós, que o recebemos,
riquezas não tituladas,
oferece-nos a transparência da alma
liberta de cuidados que escravizam,
a imperecível Beleza das coisas iluminadas
por gestos que a tudo humanizam.
Dá-nos a graça de reinventar a Terra,
a cada dia, a cada ano.
O Rei-Menino permanece criança,
porque assim o vemos com outros olhos,
assim nos curvamos diante do seu berço de palha,
com santa emoção.
Deus-Conosco é o Seu Nome! Alegria!
Toquem os sinos!
Em outro berço - o mais íntimo de nós mesmos -
é Natal outra vez!
O que acontece fora de nós
não dilui a luminosidade desta cena:
O Menino está conosco, acima da ciência,
das filosofias, dos dólares, das religiões,
sustentando o peso do mundo, com a leveza do Seu Corpo,
deitado no seu trono de palha, estrela descida do Céu,
colorindo nosso coração, iluminando-nos a Verdade,
de azul, verde e vermelho,
Fé, Esperança e Caridade!
Adaptação de um poema de Carlos Drummond de Andrade
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