CONSCIÊNCIA DE MUDANÇA

O início de um novo ano é momento próprio à reflexão, ao exame de nossas atitudes e comportamentos durante o ano que passou, em relação a nós mesmos, ao nosso trabalho e à nossa inserção no mundo. Tudo o que vivemos neste momento, a nossa família, os nossos amigos, nossos inimigos, nossas alegrias, nossas dificuldades, nossos amores, nossos desamores – tudo, enfim que encontramos nesta encarnação e que nos foi divinamente determinado é analisado. Avaliamos o resultado de nossos esforços em prol de nossa própria evolução e em benefício coletivo. Teremos feito o suficiente? Até que ponto contribuímos para a melhoria de nossa vida e a de nossos irmãos? O que fizemos para nos ajudar e, de alguma forma, tornar onde vivemos e trabalhamos um lugar mais acolhedor?

Independente do resultado dessa introspecção é certo que podemos fazer mais, através de nossa atuação amiga e constante nos trabalhos espirituais, dando de nós o melhor em prol daqueles que buscam na espiritualidade alívio e conforto – servir ao próximo – foi o caminho que escolhemos para alcançarmos níveis espirituais mais elevados; assim o compromisso de “servir sempre mais e cada vez melhor” é a meta a ser alcançada, devendo estar sempre presente no nosso cotidiano. Para alcançarmos este propósito é indispensável que nos preparemos sempre, todos os dias para bem servir, começando por cumprir a ritualista que coloca nosso corpo e, principalmente, nossa mente em boas condições de trabalho

Permita Deus que nossas experiências na Senda sejam gratificantes, que nos permitam compartilhar a alegria de sentir que estamos praticando o bem e disseminando a esperança num mundo cada vez mais conturbado, que vive uma crise que traz no seu bojo muitos desafios que vão exigir um grande esforço pessoal e coletivo para superá-los. Precisamos ter sempre em mente a compreensão de que somos parte de um todo que está doente, cuja doença nos afeta e que somos capazes de responder prontos e adequadamente aos desafios do momento presente – sair da escuridão e procurar a luz.

Mahatma Gandhi aconselhava “sejamos a mudança que desejamos ver no mundo”, sua mensagem é clara; para obter o que desejamos fora de nós, precisamos primeiro atuar e buscar em nós mesmos o que desejamos. Como estudantes da espiritualidade temos o instrumental que nos capacita a encarar o desafio – o empenho e a dedicação para empreender e difundir o caminho para alcançar um novo nível de consciência espiritual – participando ativamente das soluções para superar as dificuldades, começando por superar as nossas próprias dificuldades, voltando-nos para o nosso Eu Interior, o Mestre Interior para alcançar a luz, porque é na descoberta de si mesmo que o homem aprimora o espírito e transforma sua maneira de viver. Estar consciente dessa necessidade, desse desafio significa também voltarmos nossa atenção para os que nos cercam, pois todos são chamados a este serviço – mas ele é especialmente direcionado aos instrutores, pela própria natureza da função que exercem.

É no exercício da descoberta de si mesmo que o homem vai se aprimorando e transformando sua forma de viver e conviver, procurando cada vez mais a convivência harmoniosa e autodomínio para se tornar “senhor de seu mundo e seu próprio mestre”. A tarefa é árdua, longa e difícil mas há sempre a esperança a guiá-la.

Namastê,
Nittyamala.

Mensagem da Coordenadora de Ensino do Curso de Sensíveis para abertura do ano letivo de 2009.