terça-feira, abril 13, 2010

Fonte oculta

Colaboração de Jorge Arthur Ferreira Machado

Na atualidade do mundo, existem medicamentos que alienam as forças da mente, impelindo-as à prostração, mas não à tranqüilidade real. Os homens de hoje dispõem de máquinas que os auxiliam a ganhar tempo, mas não a calma, diante das provações que se lhes fazem necessárias.

Por outro lado, a fortuna amoedada, quando não dirigida para o trabalho edificante e para as realizações do bem ao próximo, é suscetível de estabelecer inquietações permanentes. Na mesma ordem de pensamento, a força do poder, apesar das vantagens que é capaz de criar na vida comunitária, quase sempre, é um celeiro de ansiedades e incompreensões.

A paz, por isso, tão ardentemente anelada, é comparável a uma cobertura, entretecida com fragmentos de alegria, como sejam: o retorno de uma pessoa querida, ausente desde muito; o reajuste do equilíbrio orgânico; a satisfação das dívidas pagas; o abraço de um amigo; uma carta, mensageira de reconforto; alguns momentos de convívio com a Natureza; a visão do azul no firmamento; a presença de uma criança; o sorriso de alguém; o carinho de um animal que nos partilhe o ambiente; os momentos de oração.

A paz que jamais se compra é uma luz interior que nos clareia o caminho para o encontro do melhor que Deus nos reserva; entretanto, estejamos convencidos de que nas bases da consciência tranquila, em que a paz encontra nascedouro, jaz a fonte oculta da paciência.

Extraído do livro "Confia e Segue", de Emmanuel (psicografia de Francisco Cândido Xavier).