segunda-feira, maio 09, 2011

Vida e morte: o que são?

Por Yahin de Bethlem

Hoje, o objetivo de nossa meditação é comprendermos o verdadeiro significado da vida e da morte. Qual é o significado deste processo ao qual todo indivíduo é submetido? O que acontece com nosso espírito após a morte do corpo físico?

Para respondermos a essas questões, precisamos analisar de que maneira as pessoas vêem a morte. Sabemos que para alguns, a morte nada mais é do que o fim de tudo, ou seja, para esses a morte acontece e com ela leva tudo o que existia: vida física, energética e espiritual. Essas pessoas são as chamadas materialistas, crêem que nada exista além do corpo físico.

Outros acreditam que a morte acaba apenas e tão somente a vida do corpo físico, e que alguma coisa (alma, espírito, fantasma, assombração, etc.), sobrevive, e dependendo de como tiver sido sua existência irá para lugares distintos vivenciar felicidades ou sofrimentos. Se foi bom, gozará de felicidade eterna no paraíso, se tiver sido mau, sofrerá eternamente no que convencionaram chamar de inferno, porém, se o indivíduo não tiver sido nem de todo bom nem de todo mau irá para o purgatório onde vai depurar-se de suas tendências ruins e assim poder merecer o paraíso. Os que assim crêem são chamados espiritualistas, ou seja, acreditam que algo mais existe, e que esse algo não morre com o corpo físico. Encontra-se aqui a maioria das religiões entre as quais a católica e grande maioria das evangélicas.

Uma outra parte acredita que a morte nada mais é que a volta do espírito ou alma para o seu plano de vida normal que seria no plano espiritual. Para esses, a morte do corpo físico não representa o fim de nada, senão de um invólucro carnal que serviu ao espírito na passagem pôr esta vida. Acreditam que o espírito já viveu outras vidas e que viverá outras tantas em outros corpos carnais. São esses conhecidos como espíritas, e diferenciam-se da maioria dos espiritualistas, pôr acreditarem na reencarnação.

Para as pessoas que são materialistas, a morte é o fim de tudo, pois a vida está compreendida entre o nascer e o morrer, não acreditam que algo sobreviva após a morte, não acreditam em alma, Espírito ou até mesmo em Deus, e por conseqüência acreditam que extinguindo a vida material tudo se acaba para eles. Os materialistas são pessoas orgulhosas que não admitem a possibilidade de existir alguém superior a elas, daí o motivo de não acreditarem em Deus.

Mas se existe apenas a matéria, e tudo se originou dela, como foi que surgiu todo o universo, com leis imutáveis, perfeitas e organizadas? Se o homem não foi quem criou tudo que está na Natureza, o céu, as estrelas e tudo o mais com extrema perfeição, conseqüentemente isso nos leva a acreditar em Deus. Reconhece-se o criador pela sua obra.

Se acreditamos em Deus, por que Ele nós criaria para depois nos aniquilar? Você que é pai ou mãe gostaria que seu filho morresse para sempre? Nós que ainda somos seres imperfeitos, é evidente que não queremos que nossos filhos morram, agora imagine Deus que é infinitamente perfeito, justo e bom, Ele com certeza também não vai querer isso para nós.

Os espiritualistas acreditam que existe uma alma ou espírito e que sobrevive após a morte do corpo físico, mas o seu destino é definido pela sua conduta de vida em sua única existência. Há duas possibilidades, o inferno eterno, para aqueles que fizeram o mal, o céu eterno, para aqueles que fizeram o bem. Eles não acreditam que os mortos possam se comunicar com os vivos, pois Moisés o proibiu. Ora, se Moisés proibiu é porque era possível, ninguém proíbe algo que seja impossível. E se os mortos, ou estão no céu ou no inferno, porque então vamos ao cemitério lembrá-los e fazer uma oração por eles, se eles não nos ouvem mais, ou não podemos interceder por eles, visto que a sorte deles está irremediavelmente definida? Jesus nos exemplificou ser possível o intercâmbio entre vivos e mortos, conversando com Elias e o próprio Moisés no monte Tabor.

Para os que acreditam em céu e inferno eternos, analisemos esta questão: você pai ou mãe, não perdoaria seus filhos por errarem neste mundo? Vemos muitas mães de criminosos, chorarem por seus filhos que estão presos, querendo que eles se regenerem. E se Jesus nos ensinou que devemos perdoar sempre, por que Deus, que é mais perfeito e bom que nós, não perdoaria os nossos erros?

Deus nos perdoa sempre. Se caminharmos no erro, com certeza iremos para as zonas de sofrimento, mas sairemos de lá, assim que nos arrependermos e reparamos o mal que praticamos. Estaremos no "inferno", ou se quiserem, nos umbrais da vida. Não é porque Deus nos julgou e nos castigou, é porque transgredimos as Leis de Deus, e esta lei, como todas as outras, dá uma reação para cada ação que praticamos. Enfim, se existisse as penas eternas, isto contrariaria os atributos da Divindade, que são bondade, perfeição e justiça infinitas.

Por conseqüência disso, devemos saber que a morte não existe, nossos Espíritos são imortais, viverão para todo o sempre, e quando deixarmos a vida física, apenas mudaremos de plano, retornaremos a nossa pátria espiritual, a verdadeira vida. Não existe um céu ou um inferno propriamente ditos, mas sim estados de consciência. Isto é, para aqueles que procuram se melhorar e são bons, terão a consciência tranqüila e viverão em paz, mas para aqueles que persistem no caminho do erro e do mal, sofrerão penas morais pelos seus atos praticados, e somente sairão deste estado, quando se arrependerem e repararem o mal que fizeram.

O Espírito tem origem no plano espiritual e pertence à ele, porém para o mesmo chegar a perfeição e seguir seu caminho de evolução, torna-se necessário freqüentar a uma escola, onde possa vivenciar o aprendizado e superar as provas dadas. Essa escola é o mundo físico, e por isso se tornam necessárias as diversas vindas a ele.

Como essas estadias são muito penosas quando reencarna, o espírito fica triste, pois perde a sua liberdade de espírito e sofrerá com as vicissitudes da vida material através das provas e expiações, e enquanto isso, seus novos pais e parentes, ficam cheios de alegria com a chegada de um novo membro da família. E na morte física deste Espírito, acontece o inverso. Para ele, ao menos para os voltados ao bem, é a suprema alegria, pois recuperam sua liberdade de Espírito, largam a roupa pesada do corpo físico e reencontram os seus amigos de além túmulo. Por contra partida, seus familiares e amigos que ficaram na Terra choram pela sua ausência.

Temos várias provas da existência da vida após a morte, através das mensagens mediúnicas que nos chegaram através de médiuns como Kardec e Francisco Cândido Xavier, que em seus vários livros, trouxeram mensagens dos que se foram, contando que eles ainda vivem e sua situação no mundo espiritual.

Que lembremos sempre dos nossos amigos de além-túmulo com alegria e saudade. E que também, possamos melhorar a nossa conduta moral perante o próximo e perante a DEUS, respeitando sempre suas leis. Não nos esqueçamos de não nos apegar em demasia aos bens materiais, para que quando estivermos do lado de lá, possamos estar com a nossa consciência tranqüila. Que assim seja. Namaste.

* Estudo adaptado dos textos de Ronaldo Cardim (Conceitos de Morte) e José Henrique Baldin (A Morte existe ou não?)