terça-feira, outubro 11, 2011

Chama Una

Tamala de Brahma

Aos poucos, movimento lento, mas profundo, vamos nos dando conta do que é a Chama Una. Culto destinado entre outras finalidades a nos fazer descobrir, vivenciar a Unicidade com Deus e com toda a Criação. Tal finalidade pode parecer um pomposo exercício de filosofia, de ideias por si só abstratas. Mas, quem aqui vem para meditar, sente que não é assim. Por quê?

O encaminhamento da questão passa pela vivência interior. Como podemos entender que se sentir Uno com o Pai, como nos afirmou Jesus, é algo concreto, vivencial, pleno? Caros irmãos, a resposta não está fora de cada um e, por isso, não há modelos a serem seguidos de maneira uniforme, por todos. Sentir-se Um e integrado ao Todo, à Vida que escorre por tudo, é como um rio. Não se pode falar de algo, sem estar profundamente inserido nele. Se as águas se dão ao correr, seja o rio, um riacho ou o oceano, é porque manifestam em si a Energia que anima a água, sem perguntas e sem a necessidade de respostas. São água e isso basta. Assim deveríamos ser e viver.

Se o cristal é a mesma Energia que se manifesta e se organiza, seu estado enquanto matéria tem outra forma e, como consequência, outra função. É cristal e comporta-se como tal, retendo e refletindo a Luz, reverberando-a, isto é, projetando Luz para campos diversos, já que a sua existência é ser assim. E isso basta. Deste modo, deveríamos viver. Como os cristais.

Se os seres humanos são filhos do mesmo Pai, são iguais em essência, são também a Energia manifestada em outros níveis e formas. O que nos impede de nos integrar à Fonte que em nós se mostra? Várias seriam as respostas e todas poderiam estar centralizadas em nosso eu-ego, que não escuta e absorve o Eu-Espírito. Eis aí um material de estudo para toda uma vida, ou várias vidas.

Por hoje, basta-nos meditar sobre o que é Ser Amor, já que falamos do chakra cardíaco, como objeto de trabalho unificado com os chakras. Ser Amor é não ter amor ou amores, em seus estados anímicos, bons ou maus, como julga a nossa mente. No emaranhado de ilusões em que vivemos, pensamos que estamos vivenciando o verdadeiro amor, quando buscamos consolo, força, descanso, saúde, como desculpas, para nos aproximar de um Deus externo a nós mesmos. Isso não seria necessário, se vivêssemos realmente em contacto íntimo com a nossa Centelha Divina. Não troquemos nada com Deus, pois não precisamos disso.

Nós temos Deus dentro de nós. Isso é ser. Ser não é ter. Em nenhum plano. Se achamos que temos amor por nós mesmos e não conhecemos a nossa verdadeira natureza,não nos amamos nem podemos amar a ninguém. Pensamos que ter amor, perdoar são sentimentos bons que tentamos cultivar, para nos afastar dos sofrimentos,ou para minorá-los, se eles já existem. Isso implica em lidarmos com o espiritual, como se ele fosse somente remédio. Ele o é, mas não só isso; o espiritual é a nossa destinação eterna, não só um meio de atingirmos o que quer a nossa personalidade.

Não somente na busca de nossas respostas pessoais ao chamado de Deus, mas também na vivência de nossos mais íntimos propósitos de ascensão, procuremos trabalhar o Amor incondicional em nós, fortalecendo o nosso chakra cardíaco e o que ele representa como incorporação de forças crísticas, como elemento ativo e totalizador, derramando sobre todos os nossos outros chakras a Luz, que, por iluminar, organiza tudo. Paz profunda!

Mensagem proferida na Sessão Especial da Chama Una em 27 de agosto de 2011.