terça-feira, novembro 27, 2012

Nós e os idosos

Irmãos, a sessão de hoje pretende gerar reflexões sobre a chamada "terceira idade", também denominada "melhor idade" por alguns entusiastas. Há quem compreenda os idosos, entre suas limitações e transformações e doam sempre atenção, companhia e cuidados. Contudo, há também quem perca facilmente a paciência e o respeito, considerando-os, muitas vezes, como um estorvo, e, assim, seguem mantendo distância, e até chegam a torná-los vítimas de maus tratos, em falta com a lei do amor que recomenda que todos se amem indistintamente. Além disso, para tantos outros que já chegaram à idade avançada, há muitas dificuldades em aceitar a si próprio quanto às mudanças físicas trazidas pelo tempo.

Em certas situações, os mais idosos nos fazem enxergar até onde estamos indo quanto à solidariedade e o amor. Principalmente para aqueles familiares mais próximos, com o passar da idade, a atenção deveria ser redobrada nos problemas de saúde que se apresentam mais frequentes. Entretanto, difícil se torna dividir o tempo disponível entre trabalho, vida pessoal e outras aparentes exigências da vida moderna com as reais necessidades dos mais velhos. Assim, infelizmente, há aqueles que se omitem e se distanciam da realidade, sem perceber a ajuda imensa que algumas simples palavras de carinho poderiam trazer.

Tantos são os motivos para o descaso, mas destacamos a falta de investimentos na educação, pois parece que as pessoas não são preparadas para compreender as responsabilidades para com as pessoas da terceira idade. As diferenças culturais também são importantes para se definir o quanto de dedicação e respeito existe para com os mais velhos. Assim, entre os japoneses há um verdadeiro entendimento do valor da passagem do tempo, e os idosos são vistos como um símbolo de sabedoria, são valorizadas as suas muitas experiências de vida, e a dedicação ao trabalho por longos anos é motivo de muito orgulho pelos jovens que procuram sempre demonstrar bastante alegria pela presença do idoso.

Para aqueles que não têm idosos em família, não podemos nos esquecer dos asilos e casas de repouso, onde tantas pessoas de idade avançada são deixadas sem receberem qualquer visita. E como fazer dessa dedicação de tempo aos mais velhos um hábito, lembrando que, pouco a pouco, nosso corpo envelhece mais e a expectativa de vida aumentou bastante nas últimas décadas? - foram muitas vitórias sobre doenças; e novos e eficazes remédios e tratamentos são criados ou aperfeiçoados - Amanhã, serão os mais novos que envelhecerão. De que maneira os jovens de hoje gostariam de ser tratados no futuro, quando as limitações do corpo, o branco dos cabelos e as rugas sinalizarão que o tempo passou?

Para os idosos de hoje, é preciso lembrar que ser velho é um estado de espírito, assim como a juventude é uma resposta interior. Deste modo, há jovens que por dentro parecem velhos, e também idosos que transmitem alegria de viver e vitalidade. Independentemente da idade, necessitamos aprender a muito nos amar pelo que somos e a ver as transformações físicas como realmente são: um processo natural da vida. Muito sofrimento é criado porque não se pode mais ter a vida que se tinha aos vinte ou trinta anos. Entretanto, é possível ser muito feliz aos 60, 70, 80, 90, 100 anos ou mais. Para isso, precisamos nos movimentar, nos exercitar, nos cuidar, realizar, acreditar, nos fazer mais bonitos, construir, nos permitir (com todo o respeito às limitações do tempo) o divertimento, o lazer, o acesso às novas tecnologias, a vontade de bem viver. Todos temos a chave da felicidade dentro de nós mesmos: esta é a verdadeira fonte da juventude.

Ryrann da Jordânia
Sessão de PHATAE
17 de novembro de 2012.