A
palavra permite que expressemos o nosso pensamento. No entanto, nem tudo pode
ou deve ser dito. É necessário que façamos nosso julgamento sobre o que se deve
falar e o que se deve manter para si mesmo. Assim como o ditado "A palavra
é de prata e o silêncio é de ouro", precisamos saber quando silenciar,
pois isso tem um valor muito maior.
Se
deixarmos que tudo o que chega à mente se transforme em palavras, acabaremos
por mexer em questões bastante delicadas, como favorecer os boatos, quando
lidamos com notícias; ou a fofoca, quando temos acesso a assuntos particulares.
Boatos e fofocas muitas vezes disseminam a mentira, causando sofrimentos e
danos irreparáveis. Se nos colocarmos no lugar do outro que sofre a calúnia,
poderemos melhor enxergar que não é louvável espalhar intimidades ou outras
questões que só dizem respeito às pessoas envolvidas.
Contudo,
o ser humano também é criado para se comunicar. E ele deve aprender a bem utilizar
esse dom maravilhoso, medindo o tempo todo as palavras para se evitar
discussões improdutivas e outros males. Não se trata apenas de abrir a boca e
deixar fluir tudo o que conhecemos, mas saber dosar a palavra e perceber quando
ela pode ser dita. Há muitas pessoas que falam demais por conta do desejo de se
colocarem em evidência; outras falam muito porque não conseguem o autocontrole
quando surge a oportunidade de se comunicar.
Ser
comunicativo também significa deixar o outro falar, pois a conversa não deve se
tornar um monólogo. É saber ouvir muito mais do que usar a palavra. E quando as
frases forem ditas, que elas possam ter significado e coerência.
As
palavras são tão nobres que são elas o veículo para estender a informação, a
cultura e a arte. São diretamente proporcionais ao caráter e ao estado
espiritual de cada um. Quando elevado, favorece a amizade, a instrução, a
intelectualidade, a poesia; mas quando inferior desperta a intriga, a ofensa e
outros males, causando sofrimentos.
Antes
de falar, nós pensamos. Então, devemos ter todo o cuidado com o que produzimos
através de nossas ondas mentais que pode ser traduzido em palavras. Quando
emitimos um pensamento de baixa vibração, ele se une a outros semelhantes e
ganha força e forma, podendo despertar palavras inferiores não somente em nós,
mas nos outros. E, além disso, ao falarmos algo negativo, estamos permitindo
que outras pessoas ouçam e pensem sobre o que foi dito, criando uma espécie de
perturbação em cadeia, gerando problemas diversos para muita gente.
Entretanto,
se cultivarmos pensamentos nobres e elevados, estaremos sob uma aura de
proteção, que não nos permite que estas formas-pensamento nos atinjam, além de
filtrar em nós o que não deve ser dito.
Irmãos,
a palavra bem dita é tão séria, que tem a capacidade de realizar verdadeiros
milagres de cura, através das preces e comandos. É ela quem esclarece,
concilia, adverte, conforta e fortalece.
As
palavras são o combustível do veículo da expressão. Se forem escassas, não se
pode expressar bem o que se deseja; se exageradas, há desperdício, tornam-se
prolixas. O equilíbrio nas palavras é a melhor maneira de alcançarmos êxito na
comunicação falada.
Pensemos
assim: A partir de agora, procurarei falar com mais responsabilidade, não
incentivarei comentários sobre a vida do outros, e utilizarei palavras doces,
educadas e que estimulem a bondade que existe em todos nós. Estou consciente de
que sempre posso produzir palavras que consolem, que elevem, que despertem o
Bem, a Inteligência e a Arte.
Ryrann
da Jordânia
Sessão
de PHATAE
16
de março de 2013.