Texto selecionado pela irmã Arundha de Thar para estudo na
Sessão de Instrução do 4º Ciclo em 17 de junho de 2012.
Um monge que viveu no século XIII pôs-se a pensar certo dia
se, existindo para todo o sempre a eternidade, o tempo não começaria a se
arrastar depois de certo período, no céu. Com a mente continuamente presa a
essa indagação, deu um longo passeio pelos bosques e subitamente sentiu-se
fascinado pelo canto de um pássaro. Era um canto que jamais havia ouvido e, sem
dúvida, o mais encantador que até então conhecera.
Enquanto ouvia o canto, caiu em êxtase e quando voltou ao
seu mundo cotidiano retornou ao mosteiro e verificou que cem anos haviam
passado! Todos os seus amigos já haviam partido. Seu nome ainda estava na lista
dos monges reclusos, porém havia uma anotação, em frente ao seu nome dizendo
que ele havia penetrado na floresta, certo dia, e jamais retornado.
Esta história ilustra a relatividade do tempo, determinado
pela nossa percepção daquilo que denominamos de sua passagem. Essa percepção
vai ser rápida ou vagarosa, dependendo de quanto estamos absorvidos pelas
tarefas que executamos. Quando estamos completamente absortos em uma
experiência, a vida parece se tornar eterna; perdemos completamente a noção do
tempo e temos a impressão que ele voou rapidamente. Em contrapartida quando
estamos ansiosos pelo resultado de algum evento, o tempo estende-se
vagarosamente e o momento esperado parece nunca chegar.
Assunto de filósofos, místicos e cientistas, o conceito de
tempo é muito abrangente e com inúmera possibilidades eu dependem do ponto de
vista e do enfoque que está inserido.
Não é o tempo que passa, somos nós que passamos. Os relógios marcam a nossa passagem dentro do tempo, onde temos nossas próprias vivências e experiências. Através da nossa compreensão consciente, o tempo se torna aquilo que percebemos. E também com relação a ele nos deparamos com o poder da escolha. A forma como utilizamos o tempo é um reflexo da nossas prioridades. Dedicamos mais tempo àquilo que consideramos ser mais importante e tendemos a esquecer do que não damos muito valor. Se não estamos encontrando tempo para a cultura do espírito, para momentos com a família e outras pequenas coisas que dão tempero à vida, talvez estejamos precisando refletir sobre o que estamos valorizando.
Finalmente, nunca esqueçamos, que o único tempo sobre o que
temos algum poder é o momento presente. O agora é o único tempo que podemos
utilizar, é o único tempo que vivemos. É ele o instrumento com o qual podemos
criar um futuro melhor e aprender as lições do passado. O momento presente é o
nosso grande aliado, é um recurso que possuímos para usar em nosso favor. É
nele que podemos agir positivamente redimensionando nossas ações e modificando
o curso da nossa história pessoal. Vamos então encontrar tempo para o Deus de
Nosso Coração, para o estudo das grandes verdades, para conversar com a nossa
família e amigos, para refletir e meditar, tomando uma atitude séria e positiva
rumo à mudança e o retorno a urna vida plena.