RELIGIOSIDADE E SAÚDE

Por Riad Younes

Outro estudo, realizado pela equipe do dr. M. W. Krucoff, da Universidade de Duke, em Durham, na Carolina do Norte (EUA), envolveu 150 pacientes com graves problemas do coração indicados para realizar angioplastia (desobstrução das artérias através de cateterismo e de balão). Novamente, os pacientes foram divididos em dois grupos. O primeiro grupo foi tratado da forma rotineira, enquanto o segundo recebeu, além das terapias convencionais, tratamentos alternativos complementares que incluíam rezas ! a distância. Nem os pacientes, nem os médicos e tampouco os familiares dos pacientes sabiam a que grupo pertencia cada indivíduo.

Após meses de seguimento clínico, os cientistas examinaram os resultados dos procedimentos de angioplastia nos pacientes e, para enorme surpresa, encontraram diferenças significativas na evolução dos doentes. O grupo da fé apresentou menor número de complicações pós-operatórias: - Apesar de não ser uma prova estatística definitiva, os resultados são sugestivos a ponto de nos levar a iniciar outro estudo no mesmo sentido. Esses dados precisam ser confirmados declarou Krucoff.

Como e por que a reza melhorou os resultados? Ninguém sabe. Não há explicações biológicas para esses resultados. Os pesquisadores, perplexos, sugerem muita cautela na interpretação desses dados. Krucoff alerta: “Mais estudos devem ser realizados para confirmar, ou não, esses dados provocadores. Tudo o que foi feito até agora deve ser considerado preliminar.”

Muitos estudos foram realizados desde a década de 80, principalmente na Europa. Alguns vão além da possibilidade de sugestão (ou efeito placebo). A ciência deu outro passo corajoso ao estudar os efeitos das orações sobre o crescimento de plantas e até de bactérias. E outro fato espantoso aconteceu: os organismos cresciam mais quando recebiam orações. É difícil entender, mas o fato de não poder explicar esses resultados com nossa tecnologia e conhecimentos não significa que o fenômeno não possa existir. (continua)

Publicado originalmente na revista Carta Capital nº 340, edição de maio de 2005 (reprodução autorizada pela editora em 23.01.07).