O karma acabou se convertendo em um dos dogmas centrais do Bramanismo. É a lei da ação e da reação, de causa e efeitos espirituais, que gera a sâmsara, a roda de encarnações - ciclo das mortes e renascimentos sucessivos - afetando-a e localizando a condição precisa de cada nascimento. A sâmsara equivale ao conceito de metempsicose.
Não somos castigados por causa dos nossos erros, como geralmente se crê, mas por sim por eles, ou seja, os nossos próprios erros nos castigam. Pusemos nossos dedos no fogo e agora estamos sentindo que queimam: eis tudo. Não podemos ofender o Absoluto nem causar-lhe mal. Podemos, porém, ofender os outros e, ao prejudicá-los, prejudicarmo-nos juntos. Sob a operação da lei do karma cada homem é senhor do próprio destino, segundo a lei do livre arbítrio, que faz com que sejamos nossos próprios juízes e executores.
Podemos formar karmas por manifestações que são resultados de efeitos de causas movimentadas em nossas vidas passadas, por ações que estamos produzindo neste momento através de pensamentos e obras os quais serão resgatados no futuro, e, pode se dar também, o caso de "conflito de karmas", ou seja, nenhum dos dois se manifestar no presente, por serem ambos poderosos e de naturezas opostas. Se um dos dois "vencer", o outro só se manifestará em outras vivências.
Existe um ramo da filosofia iogue, o karma yoga, que estuda exatamente a ioga das obras, o caminho da ação. A primeira de suas lições é a de que somos uma unidade de mecanismo total, que nada é sem importância e que tudo está sujeito a esta lei. Quanto ao "segredo da ação ou da obra" se baseia no desapego. Desapegar-se, porém, não significa que se deva suprimir o prazer; significa que ele não deve estar condicionado a coisas externas ou a pessoas, e sim à felicidade interior. A idéia fundamental do desapego é evitar que se fique enleado nas redes da irrealidade da vida.
Convém explicar melhor: num certo sentido, tudo é irreal, porque se baseia na nossa concepção de realidade. A ilusão é maya. Toda a atividade do mundo, com seus sofrimentos e paixões, é somente uma ilusão, carente de realidade. Quando se atinge o conhecimento, tal ilusão se desvanece e o sábio percebe então que sempre possuiu o nirvana.
MICCOLIS, Leila. Do Hum ao Om, pp. 29-30, 1ª ed., Rio de Janeiro: LDE, 1988
Não somos castigados por causa dos nossos erros, como geralmente se crê, mas por sim por eles, ou seja, os nossos próprios erros nos castigam. Pusemos nossos dedos no fogo e agora estamos sentindo que queimam: eis tudo. Não podemos ofender o Absoluto nem causar-lhe mal. Podemos, porém, ofender os outros e, ao prejudicá-los, prejudicarmo-nos juntos. Sob a operação da lei do karma cada homem é senhor do próprio destino, segundo a lei do livre arbítrio, que faz com que sejamos nossos próprios juízes e executores.
Podemos formar karmas por manifestações que são resultados de efeitos de causas movimentadas em nossas vidas passadas, por ações que estamos produzindo neste momento através de pensamentos e obras os quais serão resgatados no futuro, e, pode se dar também, o caso de "conflito de karmas", ou seja, nenhum dos dois se manifestar no presente, por serem ambos poderosos e de naturezas opostas. Se um dos dois "vencer", o outro só se manifestará em outras vivências.
Existe um ramo da filosofia iogue, o karma yoga, que estuda exatamente a ioga das obras, o caminho da ação. A primeira de suas lições é a de que somos uma unidade de mecanismo total, que nada é sem importância e que tudo está sujeito a esta lei. Quanto ao "segredo da ação ou da obra" se baseia no desapego. Desapegar-se, porém, não significa que se deva suprimir o prazer; significa que ele não deve estar condicionado a coisas externas ou a pessoas, e sim à felicidade interior. A idéia fundamental do desapego é evitar que se fique enleado nas redes da irrealidade da vida.
Convém explicar melhor: num certo sentido, tudo é irreal, porque se baseia na nossa concepção de realidade. A ilusão é maya. Toda a atividade do mundo, com seus sofrimentos e paixões, é somente uma ilusão, carente de realidade. Quando se atinge o conhecimento, tal ilusão se desvanece e o sábio percebe então que sempre possuiu o nirvana.
MICCOLIS, Leila. Do Hum ao Om, pp. 29-30, 1ª ed., Rio de Janeiro: LDE, 1988
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