sábado, janeiro 08, 2011

Egrégora: a comunhão de pensamento

O termo egrégora popularizou-se no meio espiritualista a partir do século XIX, gerando interpretações diversas. Ainda que não figure na totalidade dos dicionários de língua portuguesa ou inglesa, não é raro um sensitivo referir-se à importância da egrégora. Mas, afinal, qual o significado exato dessa palavra?

Egrégora é a força espiritual existente por trás de toda organização iniciática ou filosófica, formada pela aura de cada participante, acumulando forças do passado e do presente. Cada grupo tem a sua e todas reunidas formam a egrégora da instituição. Preservar a unidade de pensamento com idéias, conceitos e métodos de trabalho que unam todos os participantes do grupo é a chave para manter esse campo de energia sutil.

Kardec freqüentemente falava sobre a importância da "comunhão de pensamento" no meio espírita, talvez uma alusão à egrégora. Para o místico Stanislav de Guaïta, egrégora seria uma entidade oculta, um ente coletivo, uma espécie de força proveniente da aura de um grupo cuja finalidade seria produzir fenômenos de ocultismo.

O Livro de Enoch, apócrifo do século II a.C., relata uma lenda em que aparece o termo egrégora como sendo um grupo de "anjos que juraram velar sobre o Monte de Hermon até que pudessem possuir as filhas dos homens". Helena Blavatsky menciona esse termo na Doutrina Secreta, atribuindo sua criação a Eliphas Levi, e o mesmo aparece repetidas vezes em seus Escritos Reunidos (Blavatsky Collected Writings).

Na "CEU", egrégora é também o conjunto das afinidades espirituais de um médium que influenciam na cura, no aconselhamento e no aprendizado. Uma egrégora atua em função da vontade, do discernimento, do esforço pessoal e, também, da lei cármica. É um intenso movimento eletromagnético, de freqüências diversas, e cada médium atuante contribui para seu fortalecimento e sustentação durante os trabalhos.

A tradição martinista afirma que o trabalho templário, regular, constante e harmônico, somado aos interesses superiores de seus praticantes, é gerador de vibrações elevadas que fortalecem a egrégora, facilitando a evolução espiritual, irradiando paz, revelando o Conhecimento. Assim, a egrégora transforma o templo num reservatório permanente de força espiritual e psíquica.

Talvez por isso, muitos afirmam que ao entrar na "CEU" experimentam uma sensação de alívio, proteção e familiaridade inexplicável.

Publicado originalmente no Mensageiro Celeste n.º 21, edição de abril de 2005.