sábado, janeiro 22, 2011

Om Mani Padme Hung


Originário da Índia e depois levado para o Tibete, Om Mani Padme Hum está presente em quase todos os rituais da “CEU”. Para os budistas, o mantra contém a essência da doutrina e com ele uma pessoa consegue atrair para si a atenção de Chenrezi ou Avalokitesvara, o buddha da compaixão. “A aurora se levanta, a gota de orvalho se perde no seio do mar deslumbrante!”, escreve Edwin Arnold em seu livro A Luz da Ásia, referindo-se poeticamente a um dos efeitos do mantra. Porém, cantar Om Mani Padme Hum não exige iniciação prévia - basta devoção.

Segundo o Lama Gen Rimpoche, cada sílaba do mantra é uma súplica à perfeição, vibrando seis aspectos específicos: generosidade, ética, tolerância, paciência, concentração e sabedoria. Cada palavra contém um significado esotérico: Om Representa a presença física de todos os buddhas; Mani, a compaixão que realiza todos os desejos; Padme, o desabrochar das qualidades positivas; e finalmente, Hum, a mente iluminada. Assim, ao cantar Om Mani Padme Hum, o devoto irradia luz em todas as direções, em sintonia perfeita com os espíritos planetários, os Dhyâni Buddhas.

Yung Chen Lhamo, cantora tibetana da atualidade, no prelúdio de uma de suas canções, ensina: “Todos querem a felicidade, ninguém quer sofrer. Amar é desejar a felicidade para todos. Compadecer-se é jamais desejar que alguém sofra. Om Mani Padme Hum é uma prece de amor e compaixão”.

Sua Santidade o Dalai Lama recomenda uma prática para o discípulo neutralizar a fixação no eu pessoal e fortalecer a bondade e a compaixão. Consiste em visualizar Chenrezi e fixar essa imagem sobre si mesmo e sobre todas as pessoas, entoando o mantra e recitando a seguinte oração:

"Oh, Buddha, Excelsa Compaixão, acolhe-nos em Tua luz! Por tempos sem princípio e fim, vagamos no samsara, assolados pelo sofrimento. Tu és o único a nos proteger. Abençoa-nos para que possamos alcançar a onisciência de Buddha, e renascer em Tua Presença como perfeita divindade."

Publicado originalmente no Mensageiro Celeste nº 23, edição de julho de 2005.