segunda-feira, setembro 24, 2012

Tolerância e respeito

Meus irmãos, o tema de hoje é a tolerância, importante instrumento para a harmonia plena, para a paz interior, para a manutenção do equilíbrio, para gerar tranquilidade, para a manifestação do amor. Ser tolerante é aceitar as diferenças, é ter paciência diante daquilo que nos incomoda, é permitir que qualquer um expresse as sua ideias e opiniões livremente, é se conscientizar de que a riqueza cultural do mundo também se faz por pensarmos tão distintamente uns dos outros. Basta lembrar que as grandes ideias brotam através de mentes que se destacam umas das outras e isso gera progresso. Se todos pensássemos da mesma maneira, viveríamos estagnados. E isso, infelizmente, ainda é realidade para muitas pessoas, gerando fanatismo e violência. 

Enquanto preocupação mundial, a intolerância religiosa expressa uma maneira equivocada de lidar com pensamentos diferentes e com a fé, que é um sentimento tão pessoal, e desencadeia conflitos pela simples representação do sagrado, como símbolos e personalidades. E, por outro lado, pessoas se revoltam com o extremismo de certos religiosos e são capazes de insultar propositadamente. Isso tudo cria um sério confronto de ideologias que tem provocado muita tristeza mundo afora. 

Além das guerras de origem religiosa de grandes proporções, existe aquela outra interior, que não se mostra tão claramente, mas se manifesta na falta de tolerância nos relacionamentos, através daqueles que não aceitam seus companheiros de jornada, seja por manifestações racistas, seja por diferenças de sexualidade, seja por fazerem parte de grupos religiosos com costumes proselitistas, seja por puro preconceito a qualquer um que tenha deficiências ou limitações de qualquer espécie. Tudo isso evoca a falta de respeito que, infelizmente, é tão comum em nossa sociedade causando transtornos diversos. 

É preciso lembrar que a liberdade de expressão é louvável, mas isso não significa chegar ao ponto de ofender livremente ou casar danos a quem quer que seja. Podemos defender as nossas opiniões, mas nunca ferir ou tentar modificar aqueles que não pensam como nós. Mesmo que tenhamos toda a convicção de que somos donos da verdade, devemos lembrar de que verdade é algo que diz respeito à experiência pessoal. É preciso respeitar a fé dos outros e também a maneira de ser de cada um, pois, se analisarmos bem, todos nós temos diferenças e isso é o que nos torna tão singulares para seguirmos nossas missões. E respeito é amor. Se queremos paz, por que não começarmos irradiando esta paz a todos os que nos cercam, através da prática da tolerância? 

Entretanto, devemos destacar que há limites para a tolerância, quando um comportamento, por exemplo, comprometer a saúde ou a paz. É importante sermos pacientes com nossos irmãos de jornada diante de suas falhas, dificuldades, erros; mas quando há abusos, as atitudes devem ser questionadas, mas nunca nos esquecendo de manter o nosso equilíbrio. 

Queridos irmãos, para sermos fraternos devemos pôr em prática a manifestação do amor para com todas as criaturas, e isso se dá pela não violência física ou verbal. Isso se consolida através da compreensão de que todos somos parte de um grande corpo. E cuidar desse corpo também significa que podemos ajudar quando a oportunidade surgir, mas nunca nos esquecendo de que cada individualidade é um templo sagrado que merece toda a nossa tolerância e respeito. 

Ryrann da Jordânia 
Sessão de PHATAE 
22 de setembro de 2012.