terça-feira, outubro 08, 2013

Aspectos espirituais das artes de curar

Colaboração da irmã Amrita do Himalaya

“O estado interior parece estar relacionado com o vazio espiritual da pessoa. Muitas das pessoas doentes que tenho visto não têm um íntimo relacionamento com DEUS. Não acreditam que DEUS está nelas a cada vez que respiram,dormindo ou despertos, trabalhando ou divertindo-se, e até mesmo nas atividades mundanas, não sentem o ESPÍRITO atuando em seu íntimo.

E mesmo pessoas doentes extremamente religiosas podem sentir-se vazias de ESPÍRITO, porque para elas DEUS está lá em cima - na próxima vida. Não vivenciam o movimento de DEUS AGORA! Ademais, é possível que pessoas sem convicções religiosas, ou que não acreditam em DEUS, percebam a realidade do Espírito.

Muitos fatores colaboram para o vazio espiritual de uma pessoa. As crianças tem uma vida espiritual rica e complexa. Elas conversam e veem DEUS ou sentem DEUS em seu íntimo de alguma forma direta. Gradualmente à medida que ficam mais velhas, sua consciência SE MATERIALIZA, e elas perdem esse elo direto com Deus. A nossa cultura está enraizada no materialismo científico. Apenas o que tem substância existe para a nossa cultura, e o que não pode ser percebido pelos cinco sentidos não existe. Da mesma forma a fé, a intuição, a imaginação, o perdão e o amor - as ferramentas da alma - são irracionais e, como tal, frequentemente ridículas para a nossa cultura.

O clero agiu de maneira a retratar DEUS como um ente frio, severo, julgador e punitivo. Algumas pessoas e jovens rejeitaram sua natureza espiritual em consequência do fracasso de instrutores espirituais em mostrar a empatia curativa radicada no espírito. Sem sentir a emanação do ESPÍRITO DE DEUS dentro de nós, sentimo-nos sós no mundo. Este sentimento de solidão forma nossa auto-imagem. A ausência da energia e da mão-guia de DEUS torna-se tema dinâmico de nossa consciência. A consciência que se desenvolve sob tais condições é carente, isolada, egocêntrica e voltada apenas para o transitório e material. Esse tipo de consciência produz uma ética social de pouco relacionamento e competitividade sem limites. Gera temor, ansiedade culpa, ódio e fúria.

NÃO SOMOS O CENTRO DO MUNDO. NÃO PODEMOS NOS TORNAR UMA ESPÉCIE DE DEUS NA AVALIAÇÃO DE NOSSA IMPORTÂNCIA NA VIDA DIÁRIA.”

Extraído do livro Aspectos Espirituais das Artes de Curar – Compilado por Dora van Gelder Kuntz, pp. 96-98, Ed. Teosófica.