As mãos podem ser consideradas os maiores instrumentos de contato com a força vital que anima o Universo. Através desta parte do corpo, o ser humano consegue receber e transmitir energias, alimentando o corpo físico e o astral. Essa relação com as mãos é tão profunda que, automaticamente, quando alguém se machuca, coloca a mão e aperta o local machucado como uma tentativa de parar a dor. Quando está frio, esfrega-se as palmas das mãos, sentindo elas se aquecerem e a energia acumular. Outros exemplos são o passe magnético e demais terapias que utilizam as mãos para reequilibrar o ser humano, para aliviar e até curar muitas doenças.
A mão encerra uma linguagem, um mistério, uma força. Exprime as idéias de atividade, ao mesmo tempo as de poder e de dominação. É um emblema real, instrumento da maestria e signo de dominação. Em hebreu, a palavra iad significa ao mesmo tempo mão e poder. A mão da justiça foi na Idade Média a insígnia da monarquia francesa. A mão esquerda de Deus é tradicionalmente associada com a justiça, a mão direita com a misericórdia. A mão direita é a mão que abençoa, emblema da autoridade sacerdotal, assim como a mão da justiça é o poder real. Embora não se trate de um princípio absolutamente constante, a direita corresponde mais, na China, à ação, a esquerda ao não agir, à sabedoria. Segundo o cânone budista, a mão fechada é o símbolo da dissimulação, do segredo, do esoterismo.
As danças rituais do sul da Ásia foram chamadas de danças das mãos. Não somente os movimentos que elas inscrevem no espaço, mas a própria posição das mãos em relação ao resto do corpo e dos dedos uns em relação aos outros, são altamente significativos. O mesmo acontece com as artes plásticas, a pintura e a escultura: as posições relativas das mãos e dos dedos simbolizam atitudes interiores.
Todas as civilizações, com maior ou menor sutileza, utilizaram-se dessa linguagem das mãos e dos gestos e atitudes. Na África, colocar a mão esquerda, com os dedos dobrados dentro da mão direita é um sinal de submissão e de humildade; em Roma, a mão guardada sob a manga marcava o respeito e a aceitação da servidão etc.
Na tradição bíblica e cristã, a mão é o símbolo do poder e da supremacia. Ser alcançado pela mão de Deus é receber a manifestação de seu espírito. Quando ela toca o homem, este recebe em si a força divina. A mão de Deus cria, protege; destrói, se ela se opõe. É importante distinguir a mão direita, a das bençãos, da esquerda, a das maldições. Parafraseando Alexandre, O Grande: as mãos tem a mão da liberdade, o homem deve cuidar do interior que o exterior refletirá a alma.
Publicado originalmente no Mensageiro Celeste nº 16, edição de setembro de 2004.
3 comentários:
Ficou otimo a apresentaçao, nao me lembro se ja foi tema de alguma palestra!?
Sim, foi tema de uma palestra da Sória, da ST!
Eu me lembro da sória..ela é mto fofa!!! ela bem q podia ir mais la na ceu!
Postar um comentário