Os Essênios constituíam um grupo ou seita judaica ascética (conjunto de práticas austeras, comportamentos e disciplinas) que teve existência desde o ano 150 a.C. até o ano 70 d.C. O nome essênio provém do termo sírio "asaya", e do aramaico "essaya" ou "essenoí', todos com o significado de médico; e da palavra egípcia kashai, que significa secreto. A organização pode ter surgido no Egito nos anos que precederam o faraó Akhenathon, o grande fundador da primeira religião monoteísta.Durante o domínio da dinastia Hasmonea, dos egípcios, os Essênios foram muito perseguidos. Retiraram-se para o deserto, vivendo em comunidades e em estrito cumprimento da lei mosaica, bem como a dos profetas. Sabemos a seu respeito por Flávio Josefo (historiador) e por Fílon de Alexandria (filósofo). Os dois relatam a divisão dos judeus do Segundo Templo em três grupos principais: saduceus, fariseus e essênios.
Não tinham amos nem escravos, pois acreditavam que todo homem e mulher eram seres livres. A hierarquia se estabelecia de acordo com graus de pureza espiritual dos irmãos. Os sacerdotes ocupavam o topo da ordem. O dirigente tinha o título de "Instrutor da Retidão". Dentre as comunidades que se espalharam pelo mundo, tornou-se conhecida a de Qumran, pelos manuscritos em pergaminhos que levam seu nome, também chamados "Pergaminhos do Mar Morto" ou "Manuscritos do Mar Morto", encontrados em abril de 1947, no vale de Khirbet Qumran.
Segundo o historiador Christian Ginsburg, foram os precursores do cristianismo, pois a maior parte dos ensinamentos do Divino Mestre Jesus de Nazareth remete ao ideal essênio de vida. Era uma seita aberta aos necessitados e desamparados. Documentos essênios já publicados também garantem que eles adotavam práticas de batismo e ceia com a divisão do pão. Acreditavam na imortalidade da alma.
Eram características dos essênios: dividiam-se em grupos de 12; vestiam-se sempre de branco; acreditavam em milagres pela mão; aboliam a propriedade privada; alguns eram vegetarianos; eram celibatários; tomavam banho antes de todas as refeições; a comida era sujeita a rígidas regras de purificação. [Informativo "O Templário", Ano V, nº 37 - Fraternidade Rosa-Cruz do Brasil]
Colaboração do aspirante Al-Channan, O Semita.
