domingo, agosto 15, 2010

A vida do espiritualista

A vida do espiritualista é sublime, e só. “Por que?”, hão de perguntar. Porque, amados discípulos, aquele que honestamente procura a sua auto-revelação, o seu auto-descobrimento, tem que mergulhar cada vez mais no oceano de sua mente, para descortinar os rios de suas vidas, dos seus pensamentos. A mola mestra para que isto aconteça se chama devoção. A cada passo que derem, a cada peso medido, devem estabelecer uma linha de autoconfiança, pelas sensibilidades vivenciadas, longe do mar das tormentas das fantasias, desejos e ilusões.

Não esperem que os outros aplaudam seus feitos, porque esses feitos devem se pautar primeiramente nas pequenas realizações que não aparecem e não estabelecem glórias. Mediante esses passos conscientes, cada vez mais se descortinarão oportunidades para grandes ocasiões.

Observem o silêncio, o seu silêncio. Não deixem que ninguém nem nada invada esta sua necessidade de introspecção. Mesmo com a lida da vida concreta, esmiucem em si próprios, todas as chances de uma consciência abstrata, trazendo para a vida concreta o que de objetivo para sua sobrevivência ela pode envidar, e trazendo ao mesmo tempo a abertura de outros portais, que farão das suas reações mecanismos de discernimento e sabedoria.

Estejam só. O que importa é como cada um reage e mecaniza todas as oportunidades que se apresentam para uma auto-avaliação. Muitos deixam o caminho, porque necessitam ainda, sob sua auto-afirmação, de circunstâncias de exibicionismo e participação cúmplice de pessoas que estão nesta mesma situação, nesta evolução. Quando muitas vezes vocês estiverem em situação aflitiva, seja ela como for, aquietem sua mente, silenciem. Sintonizem a sua fé e crença nos designios astrais, porque sua voz interior está sendo sempre ouvida e avaliada pelo desejo justo de seu coração. O verdadeiro caminho na vida é a consciência de si próprios, o portal do autoconhecimento que só se concretizará se vocês, aparentando ser reles e inexpressivos mortais, contiverem por si só, a força, a pertinácia, a tenacidade, que transbordarão no momento certo.

Vivam para o engrandecimento dos seus espíritos, amados filhos da Nova Era. Não se importem com nada e com ninguém. Ajudem sem se envolver. Propiciem o conhecimento àqueles que querem ouvir vocês. Não gastem sua energia com aqueles que lhe fecham a porta, porque muitos outros virão para a sua luz, receptivos.

Sejam vocês mesmos. Não estabeleçam conclusões definitivas, mas estados conclusivos mediante a sua percepção e evolução, pois a verdade é infinita e como manifestação, tem seu lugar no coração e na mente de todos os seres viventes.

Vivam a luz. Não pretendam intitularem-se iluminados, pois com certeza vocês não o estarão sendo. A luz deve ser vivida e sentida, livre das emocionalidades da vida e muito próxima da bondade e do desapego interior. Não pretendam títulos, poderes humanos, pois estes vêm realmente para aqueles que são detentores desta força e nada fazem para comprová-la. Simplesmente são. E assim, no oceano de sua mente, vocês encontrarão um mar calmo, um rio fluindo em todos os seus aspectos, cumprindo alegremente a sua missão. Omnia vincit amor.

Venerável Mestre Ícaro